Cartola

17 de nov. de 2010 Postado por Fernando
Semana da Consciência Negra

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Geralmente, quando eu jogo minhas palavrinhas aqui, eu comento alguma coisa sobre a vida profissional ou pessoal das personalidades. Nessa semana da Consciência Negra eu acredito que poderia ser mais fiel ao tema se eu compartilhasse um pouco sobre como certos afro-descendentes mexeram comigo de alguma forma. Então, continuando meu testemunho sobre a música negra que comecei na postagem anterior, gostaria de terminar agora falando do meu último passo no ecletismo musical.


Até alguns poucos anos atrás eu tinha uma certa, como diria, barreira contra alguns estilos de música brasileira. Isso mesmo! Ouvia um pouco de rock nacional mas nunca comprei um cd. Sertanejo raiz tipo moda de viola eu já gostava muito. Bossa e choro também. A MPB eu chamava de "Muita Poesia Brasileira" porque musicalmente ela não me empolgava. Mas, cara. Samba não descia na goela nem diluído no açúcar e com um Halls de menta pra tirar o gosto. Com o tempo, eu fui amolecendo para os outros estilos tupiniquins e passei a entender e desfrutar deles, mas o samba sempre ficava lá, na ionosfera. Bem, a causa em si que me levou a ouvir o samba com "outros olhos" é assunto pra outra postagem, mas o que eu gostaria de lembrar agora foi com o que eu me encantei quando tive meus ouvidos descobertos de preconceito.


A passagem aconteceu aos poucos. Começou com os DJs alemães que sampleavam samba enredo e capoeira em algumas mixagens. Depois conheci as versões remix com batida Drum n' Bass de grupos de samba, como o Trio Mocotó por exemplo. Até então eram só misturas eletrônicas que eu as achava divertidas, mas a coisa foi indo até que um dia eu me peguei parado em fente um disco com um tipo estranho na capa. Grisalho, óculos escuros, nariz incomum, um violãozinho "zuado".... levei pra casa. Quando terminei de ouvir a faixa 1 eu disse: "Como é que é?" Repeti ela por mais 3 vezes. Depois fui pra segunda e ouví essa umas 3 vezes também. Antes de ir pra terceira, voltei pra primeira e deixei rolar até a 3 de novo. Eu não conseguia ouvir o disco até o fim. Achava aquilo tão bom que ficava repetindo as novas faixas achando que eram o hit do álbum, mas a faixa seguinte sempre me surpreendia. Elas seguiam: "Alegria", "Grande Deus", "Fita os Meus Olhos", "A Canção Que Chegou", "Desfigurado", "Escurinha"... e lá estava eu, trocando o Jack Daniels por suco de acerola com maçã, o fog londrino pelo mormaço do churrasquinho de laje e "Le Rouge Et Le Noir" pelo verde e rosa da mangueira. Enfim, curtindo samba.


Valeu, Cartola!



2 Response to "Cartola"

  1. byTONHO Says:



    Um "ROSA NEGRO" enCRAVAdo no peito!

    ♫ bate outra vez
    a esperança em meu ♥...♪

    CARTOON-LÁ!

    :)

    Plac! plac! olac!

  2. Fernando Says:

    Valeu Tonhão! Grande abraço! =)

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