Você gostaria de indicar uma próxima toonada? Comente aqui ou escreva para:: fer.souza.mail@gmail.comO PROCESSO
“A única coisa que queremos para nosso país é o direito a uma existência decente, a uma dignidade sem hipocrisia, a uma independência sem restrições […] Chegará o dia em que a história terá que se pronunciar.” Essas foram as últimas palavras escritas em uma carta de despedida por Patrice Émery Lumumba, que foi o primeiro e único Premiê da República Democrática do Congo por apenas 10 semanas, até ser ilegalmente destituído, preso e brutalmente assassinado.
Para maiores informações sobre ele e a independência do Congo, acesse aqui: Passa Palavra
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política
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Este é LuciDO da Transilvânia, Romênia
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usuário toonado
Semana da Consciência Negra
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"...que minhas quatro crianças um dia irão viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo seu caráter".
- Martin Luther King Jr.
Diz o dicionário de gírias que a expressão "trocar os pés pelas mãos" significa agir desajeitadamente ou com pressa. Eu acrescentaria que o sentido inverso dessa expressão, que seria "trocar as mãos pelos pés", de uma forma também contrária a primeira versão, significa agir corretamente e sem pressa. Entendi isso quando li a história de um homem que decidiu lutar por uma causa sem violência, apenas andando constantemente em direção ao seu alvo. Ele dizia: "Não permita que homem algum o rebaixe o suficiente a ponto de você odiá-lo". E mais: "A inteligência e o caráter é o objetivo da verdadeira educação".
Odiado por muitos por não odiar ninguém, MTK Jr. foi assassinado em abril de 1968. Em novembro de 2008, 40 anos depois, os EUA elegem o seu primeiro presidente negro.
Se hoje o Dr. King pudesse comentar alguma coisa sobre isso, talvez ele repetiria a frase:
"Nós não somos o que gostaríamos de ser.
Nós não somos o que ainda iremos ser.
Mas, graças a Deus,
Não somos mais quem nós éramos."
Tenha um consciente fim de semana. =)
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política
Semana da Consciência Negra
"Acordei! Esqueci-me dessas floresE vou cantando sem sonhar venturas
Já sem ilusão.
Deixo aqui minha lenda dos amores
Urna singela de esperanças puras,
E muita aspiração."
-Machado de AssisEm 2008 foi comemorado o centenário do falecimento de Machado de Assis com uma série de eventos que relembraram o trabalho desse genial escritor. Eu acabei indo em algumas palestras e exposições e me lembro que em certa explanação sobre a vida do autor, um poeta que infelizmente não me recordo o nome (procurei na internet, em folders, agenda e não encontrei a referência), dissertando sobre os paralelos entre inspiração, plágio e adaptação, fez um comentário parecido com esse:
“Enquanto escrevo minhas poesias, o dedo indicador da minha mão esquerda corre pelos textos de Machado de Assis, que escrevia os seus com o seu indicador esquerdo correndo pelos textos de Dostoiévski. Esse também, quando escrevia, corria o seu dedo nas páginas dos Salmos de Daví, que os compunha sob inspiração divina.”
(se alguem conhecer o autor, por favor me avise)
Pelo que me recordo, ele questionava o que é originalidade e as co-relações temáticas de algumas obras do autor homenageado. Eu achei interessante essa sua frase porque me lembrei de ter feito o caminho contrário que ele apontou, no que se refere às leituras. Quando criança eu conheci as Escrituras Sagradas. O Dostoiévski foi na adolescência e por último, bem tarde, Machado de Assis.
É claro que não tenho a intenção de comparar o peso que teve cada uma dessas “obras” na minha formação. Sem chance! Mas não tenho dúvida alguma que “Memórias Póstumas” e “Esaú e Jacó” foram de importância única para a compreensão de alguns enigmas da alma humana.
O ministério da educação disponibilizou toda a obra do autor na internet. Altamente recomendável: Obra completa de Machado de Assis.
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literatura
Semana da Consciência Negra
Geralmente, quando eu jogo minhas palavrinhas aqui, eu comento alguma coisa sobre a vida profissional ou pessoal das personalidades. Nessa semana da Consciência Negra eu acredito que poderia ser mais fiel ao tema se eu compartilhasse um pouco sobre como certos afro-descendentes mexeram comigo de alguma forma. Então, continuando meu testemunho sobre a música negra que comecei na postagem anterior, gostaria de terminar agora falando do meu último passo no ecletismo musical.
Até alguns poucos anos atrás eu tinha uma certa, como diria, barreira contra alguns estilos de música brasileira. Isso mesmo! Ouvia um pouco de rock nacional mas nunca comprei um cd. Sertanejo raiz tipo moda de viola eu já gostava muito. Bossa e choro também. A MPB eu chamava de "Muita Poesia Brasileira" porque musicalmente ela não me empolgava. Mas, cara. Samba não descia na goela nem diluído no açúcar e com um Halls de menta pra tirar o gosto. Com o tempo, eu fui amolecendo para os outros estilos tupiniquins e passei a entender e desfrutar deles, mas o samba sempre ficava lá, na ionosfera. Bem, a causa em si que me levou a ouvir o samba com "outros olhos" é assunto pra outra postagem, mas o que eu gostaria de lembrar agora foi com o que eu me encantei quando tive meus ouvidos descobertos de preconceito.
A passagem aconteceu aos poucos. Começou com os DJs alemães que sampleavam samba enredo e capoeira em algumas mixagens. Depois conheci as versões remix com batida Drum n' Bass de grupos de samba, como o Trio Mocotó por exemplo. Até então eram só misturas eletrônicas que eu as achava divertidas, mas a coisa foi indo até que um dia eu me peguei parado em fente um disco com um tipo estranho na capa. Grisalho, óculos escuros, nariz incomum, um violãozinho "zuado".... levei pra casa. Quando terminei de ouvir a faixa 1 eu disse: "Como é que é?" Repeti ela por mais 3 vezes. Depois fui pra segunda e ouví essa umas 3 vezes também. Antes de ir pra terceira, voltei pra primeira e deixei rolar até a 3 de novo. Eu não conseguia ouvir o disco até o fim. Achava aquilo tão bom que ficava repetindo as novas faixas achando que eram o hit do álbum, mas a faixa seguinte sempre me surpreendia. Elas seguiam: "Alegria", "Grande Deus", "Fita os Meus Olhos", "A Canção Que Chegou", "Desfigurado", "Escurinha"... e lá estava eu, trocando o Jack Daniels por suco de acerola com maçã, o fog londrino pelo mormaço do churrasquinho de laje e "Le Rouge Et Le Noir" pelo verde e rosa da mangueira. Enfim, curtindo samba.
Valeu, Cartola!
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música
Semana da Consciência Negra
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Quando começamos a apreciar alguma sonoridade específica, quase sempre desenvolvemos o, assim chamado, gosto musical influenciado por alguém bem próximo, como os pais, amigos e tal. Comigo não foi diferente. Ouvia o que era tocado em casa e o que todos ouviam no rádio. Apesar da forte influência que tive do meu irmão mais velho que gostava de sintetizados como Jarre, Kitaro e Vangelis (ouvindo esses sons por tabela eu tive experiências que contribuiram, acredito, para que eu desenvolvesse um critério mais sofisticado pra música), me lembro que eu também ficava direto com o ouvido no radinho só nos rock-pops do momento. Meus primeiros discos foram The Cure, Nirvana e .... Alanis Morrisete (eu estava apaixonado), coisas que eu chamava de rock. Anos depois eu passei à desfrutar do blues. Eu costumava frequentar um espaço chamado Terça Blue, uma lanchonete onde algumas bandas desse estilo tocavam e a turminha nova do grunge se misturava com os coroas vestindo camisetas da Casa das Máquinas e todo mundo se entendia. O blues é um som positivo, amigável e eu adorava as improvisações ao vivo.
Foi nesse período que aconteceu minha primeira experiência, de muitas outras que tive, com albuns musicais. Alguém me emprestou uma coletânea da primeira fase do Fleetwood Mac, uma blueseira "raíz" bem legal. Nela havia uma faixa que se chamava "I'd Rather Go Blind" que era cantada pela Christine McVie, a vocalista da banda em 1970. Resumindo, eu pirei naquele som. Fui atrás pra saber mais sobre o disco que tinha aquela faixa, e acabei descobrindo que a canção foi gravada originalmente por outra cantora alguns anos antes. Ela era... Etta James.
O trabalho dela despertou meu interesse por R&B, Jazz, Soul e através desse som eu passei a conhecer algumas cantoras que ouço muito até hoje como Nina Simone, Billie Holiday e a fantástica Bessie Smith. Sem dizer que interpretações dela como em "In the Basement" me fizeram entender que a voz da Janis (que eu considerava única) não era tão original assim e existia muuuuita vida fora do mundinho do rock n' roll. Esse foi, acho, meu primeiro passo para o ecletismo.
Quanto a Etta, ela faz turnês até hoje com seus filhos e em 2008 ela foi interpretada pela Beyoncé Knowles no filme Cadillac Records.
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música