Off Topic: Arte com "A" maiúsculo

28 de jan. de 2011 Postado por Fernando
Semana do Quadrinho Nacional

Eles são: Bill Bienkiewicz, Will Eisner e Scott McCloud

Na última postagem eu fiz uma brincadeira sobre os “heróis” que combatem a estigmatização das Hqs. Antes de tudo, eu quero enfatizar que não estou dizendo que HQs infantis são coisas ruins. Pelo contrário. Além da importância cultural e intelectual na formação dos pequenos (como tem sido feito também nas escolas), existem inúmeros tópicos importantes que poderiam ser destacados, por exemplo os aspectos econômicos e sociais. A briga de todo fã e profissional da área é referente a sub-utilização desse meio de comunicação, restringido ao público infanto-juvenil.

Por outro lado, hoje em dia as coisas estão bem diferentes de 5 anos atrás. Apesar de poucos, grandes passos tem sido dado para quebrar o preconceito com as HQs. Autores, jornalistas e empresários que entendem essa mídia estão se empenhando para conscientizar o povo de que uma boa estória, que pode ser lida em um livro ou assistida no cinema, também pode ser acompanhada em uma história em quadrinhos. Eu acho que as adaptações para o cinema de HQs de gêneros diferentes de super-heróis tem contribuído muito com a “causa”, assim como o destaque na mídia internacional de autores brasileiros também tem chamado a atenção da imprensa e inspirado o devido valor.

Lá fora, entre os anos 80 e 90 alguns autores decidiram explorar a fundo teorias, idéias e possibilidades sobre o formato dos quadrinhos e clamar em voz alta que quadrinhos não é entretenimento de gosto duvidoso, nem um gênero de livros infantis. É arte, mas também é literatura, e apesar de ser ambos, não é limitada por esses gêneros, ela tem suas próprias características que oferecem um modelo ímpar de comunicação, a chamada Arte Sequencial.

1985
Will Eisner publicou “Quadrinhos e Arte Sequencial”. Nesse livro, Eisner foi tão "topetudo" que mostrou caminhos novos e métodos inovadores de contar história em quadrinhos usando
como referência seus próprios trabalhos. O brilho dessa obra vem dessa postura que o mestre escolheu com muito sucesso ter. Com esse material ele estava dizendo - Eu comecei, agora façam o que eu faço.

1986
O artista pop Bill Sienkiewicz, que até então desenhava histórias padronizadas e vez ou outra mostrava o que era capaz de fazer com pincéis, aerógrafo e “colagem” nas capas de alguns títulos, recebe carta branca para criar a vontade em cima de um roteiro de Frank Miller chamado Elektra Assassina. Embora essa não fosse uma obra teórica, ela continha uma gritante instrução prática nas entrelinhas (ou nas sarjetas): Não existem limites! Como se estivesse respondendo ao chamado de Einser, Bill criou uma obra que ridiculariza todos os que a considerarem mais um gibi.

1993
É publicado o primeiro de uma série de livros que explica profundamente a narrativa gráfica, usando a própria narrativa gráfica como forma de exposição, em outras palavras, em metalinguagem. Em Desvendando os Quadrinhos, Scott McCloud abriu a mente de muita gente usando “mil” referências, inclusive citando os murais ancestrais egípcios para provar de uma vez por todas que a arte de contar histórias em quadros justapostos está mais ligado ao homem e sua história que ele pode imaginar.

Eu conheci algumas dessas obras somente muitos anos depois delas terem chegado ao público pela primeira vez. Porém, minha reação não deve ter sido menos eufórica daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-las antes.

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