Souleymane Guengueng

6 de set. de 2011 Postado por Fernando
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“As portas da prisão abriram-se, eu deixei minha cela e voltei, um esqueleto ambulante, para minha família. Eu vi centenas de meus companheiros de cela morrerem e eu fiz um juramento diante de Deus que eu traria Habré à justiça em Seu nome.”
- Souleymane Guengueng

Em 1981, Ronald Reagan levantou um homem chamado Hissène Habré para conter as ambições do vizinho do Chade, Muammar el-Kadafi da Líbia (você conhece?). Os EUA ajudaram Sr. Habré a tomar o poder e lhe proporcionou dezenas de milhões de dólares como ajuda militar a cada ano e deu apoio financeiro e logístico à sua polícia secreta, a temida "DDS" – que não perdia em nada para a SS. Durante quase uma década, o povo de Chade viveu terríveis dias nas mãos do seu líder. Quando finalmente ele caiu em 1990 e fugiu para viver uma vida de luxo no Senegal, um de seus ex-prisioneiros, Souleymane Guengueng, trabalhou para convencer as vítimas ainda com medo de procurar o julgamento do ex-presidente para se unirem na causa. Guengueng atraiu a atenção da Human Rights Watch e no ano 2000 conseguiu que o ditador fosse preso sob a acusação de crime contra a humanidade. Reed Brody, o advogado da HRW que investigou e levantou as provas contra Hissène Habré disse:

"Se você matar uma pessoa, você vai para a cadeia. Se você matar 40 pessoas, te colocam em um asilo de loucos. Mas se você matar 40.000 pessoas, você recebe um exílio confortável, com uma conta bancária em outro país, e é isso que queremos mudar aqui ".

Guengueng é talvez um dos mais famosos sobreviventes de tortura na África. Falsamente acusado de apoiar a oposição ao presidente, ele perdeu o emprego e quase morreu de dengue durante os dois anos de maus-tratos na prisão. Hoje ele é o fundador da Associação das Vítimas do Chade (AVCRP) que reúne depoimentos de vítimas, viúvas e órfãos, na esperança de usá-los para levar Sr. Habré à justiça e ganhar indenização.

Em agosto de 2008 a corte do Chade condenou à morte o Sr. Habré sob a alegação de ser o seu governo responsável por 40.000 mortes por motivos políticos e 200.000 casos de tortura. Em 08 de julho de 2011, funcionários do Senegal anunciaram que ex-ditador seria repatriado no Chade em 11 do mesmo mês, porém várias organizações pró-direitos humanos reprovaram a ação por temerem que ele pudesse ser torturado em seu país. Por conta da alta comissária para os Direitos Humanos da ONU impedir a sua extradição, até a presente data o caso ainda está no limbo.

Um filme de 2007 chamado “O Caça-Ditador” narra a tarefa do advogado Reed Brody em reunir as
provas para o inquérito. Souleymane Guengueng participa da produção interpretando ele mesmo.

Fontes: epipoca.com.br , hrdag.org , globalpost.com , bbc.co.uk

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